21.11.06

30/06/2006 - Henry, um merda

Ontem o Henry, atacante da França deu uma declaração que me deixou com raiva. Ele disse que os brasileiros se destacam tanto no futebol porque ele, quando criança, estudava de 7h às 17h, segundo Henry, no Brasil, as crianças jogam bola de 8h às 18h. Mais que preconceituosa, a frase é um afronte. Um afronte porque é uma quase verdade, e quase verdades são dolorosas. É um afronte porque quase verdades não devem ser ditas por estrangeiros. Falem mal, mas falem de si mesmos. A quase verdade está em que realmente nossas crianças vão à escola menos do que deveriam. Pela distância das escolas até as suas casas ou por pura negligência dos pais (quando em cidades grandes, que têm vagas suficientes). Essa é uma realidade dura, triste, mas não tem absolutamente nada a ver com futebol. Henry tem a mesma imagem preconceituosa dos norte-hemisferistas-americanos (decidi adotar essa nomenclatura, discutimos o conceito depois) do Brasil, ou vivemos em árvores ou em periferias com campinhos de terra praticando futebol enquanto as mulatas sambam no meio de uma roda carregando uma bandeira.
Eu não me irrito usualmente com esse tipo de achaque. Tenho pena da ignorância alheia. Até porque, piada por piada, enquanto nossos jovens jogam bola o dia inteiro, os franceses, ao invés de irem à aula, queimam carros em Paris. A minha birra é com o Henry. É um safado, metido, estrela, imagem perfeita do que eu desprezo no futebol. Apesar de ser ótimo jogador, tudo o que ele ganhou na carreira foi nas costas de outrém. Nunca marcou um gol decisivo, sempre marcaram por ele. Zidane, Trezeguet, Vieira. E, maldição, a obrigação é dele que se acha tão gênio. Pois bem, que tenha a resposta em campo no sábado, que passe mais uma decisão sem marcar e que saia humilhado... E que Deus esteja me ouvindo, porque os deuses da bola já me abandonaram.

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