Enquanto o sol brilhava, não havia chatice que desfizesse o seu sorriso. Aquele menino, era de se reconhecer, sabia fazer as pessoas rirem. Mas tinha uma coisa que ele não sabia lidar: era a escuridão.
Chegava a noite, apagavam-se as luzes, e ele se metia debaixo da cama com medo do que viria.
_ É medo de monstro, dizia a mãe.
_ É frescura de menino, dizia o pai.
Nem medo nem frescura. O que o menino tinha era receio do novo. Era não saber se, quando acordasse, as coisas ainda estariam ali, do jeito que ele conhecia. E aí, se não estivessem, como suas piadas teriam graça? Como o seu sorriso iria brilhar?
Mas então veio a tempestade. A tempestade que varreu a cidade. Era uma noite de junho, estranho chover em junho...
De ponta a ponta, água que não acabava mais. Ele debaixo da cama, com medo do que viria.
E aí veio a luz do raio seguida pelo barulho do trovão.
E no meio da noite, no nada absoluto, ele viu o clarão. E foi então que ele entendeu que, mesmo no momento mais escuro, se ele soubesse olhar, haveria luz.
As encruzilhadas estão aí, a novidade também. Não é preciso ter medo da novidade. Ela vem para o bem, ela vem para mostrar o caminho, ela vem para o progresso.
Não há razão para não inovar. Não há razão para temer o escuro porque é nele que somos obrigados a tecer o futuro.
2 comentários:
Eae meu caro Abramo,
Esta é a minha colaboração, visitei, li e gostei...logo retornarei.
Um grande abraço.
Marcelo Ferreira
Gostei. Mas ainda prefiro a da menina da perna doce.
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