2.5.07

Um clássico com a cara da polêmica

Mais uma do www.showdebola.com.br turma... abraços


Clássico é clássico, isso não se discute. Quando rivalidades seculares entram em campo, lógica, padrão, técnica ou previsões tornam-se totalmente volúveis. No último domingo, dia 29 de abril, os mineiros tiveram a chance de assistir a um desses jogos sem padrão, que beiram o inacreditável.

Em campo, Atlético e Cruzeiro voltavam a disputar uma final de campeonato mineiro depois de quatro anos do Galo longe das partidas decisivas. Dois elencos jovens, sendo que o do Cruzeiro já com alguns jogadores mais tarimbados mesclado com algumas promessas. O do Galo é praticamente o mesmo elenco campeão da série B, formado basicamente por jogadores oriundos das categorias de base e reforçado por Coelho, lateral direito escorraçado do Corinthians por Emerson Leão.

No primeiro tempo já era possível enxergar o que viria a acontecer. Paulo Autuori montou, imbecilmente, diga-se de passagem, um time ultra ofensivo que não agredia ninguém. Dois segundos volantes saindo pro jogo e dois laterais apoiando ao mesmo tempo. O trabalho de marcação sobrava para os zagueiros. Era óbvio que, cedo ou tarde, numa fugida dos rápidos Danilinho ou Eder Luis, alguém acabaria expulso ou sairia um gol. De princípio tivemos o expulso. Gladstone, depois de fazer uma falta em que era o último homem antes do goleiro Fábio, levou o vermelho, aos 29 minutos do primeiro tempo. Autuori colocou o juvenil Simões no lugar do atacante Nenê para compor a zaga.

Esperei que Autuori fosse raciocinar direito e que voltaria para o segundo tempo com um zagueiro a mais ou um volante a mais para segurar o resultado, já que jogava por dois empates. Caso optasse por manter o esquema de jogo, imaginei que tiraria Geovani, totalmente morto em campo. Pois o homem me tirou o Felipe Gabriel, que era o único que se movimentava.

O segundo tempo foi a confirmação de um jogo contra um time ingênuo que tem um treinador ou igualmente ingênuo ou efetivamente ruim. Começou com um gol relâmpago do Atlético. Só ai Autuori finalmente colocou em campo os jogadores que deveriam ter começado jogando. O jovem atacante Guilherme e o meia Maicossuel. Mas ai já era tarde demais. Teria sido mais produtivo ter colocado em campo dezoito volantes ou vinte e sete zagueiros, já que o 1x0 não era tão mal.

Mas o Cruzeiro não mudou o jeito de jogar. E Levir Culpi agradeceu. Danilinho deu um chapéu em Fábio e marcou o segundo, depois de passe precioso de Tchô por cima da zaga celeste. O terceiro saiu de um pênalti meio esquisito e o quarto coroou um dos clássicos mais estranhos que já vi na minha vida. Na saída de bola, o ótimo Araújo deu um passe errado para trás quando o esperto Vanderlei tomou a bola e bateu para o gol, fazendo o quarto. O gol não teria nada especial não fosse por uma situação inusitada. O goleiro Fábio andava, de costas para o jogo, em direção à bola do terceiro gol, ainda no fundo das redes.

Quatro a zero. E um gol com o goleiro de costas. Parece piada. Mas eu vi, foi real.

O Atlético não só tirou a vantagem do Cruzeiro como praticamente selou o título mineiro de 2007. No Cruzeiro os irmãos Perrela querem a cabeça de tudo e todos. Acusaram os juízes de comemorarem a vitória do Galo em uma pizzaria. E o leitor precisa concordar com eles, não? Afinal de contas, comer pizza domingo à noite é coisa de gente desonesta.

Hoje, quarta feira pós feriado, acabo de receber a notícia que Fábio se machucou no segundo gol do Atlético. A assessoria do Cruzeiro anunciou que ele teve uma lesão no ligamento cruzado posterior do joelho e que ficará de quatro a seis meses parado apesar de não precisar de cirurgia. Só posso gargalhar.

Gargalhar porque nunca vi ninguém com o ligamento cruzado lesionado jogar por quinze minutos sem mancar nenhuma vez. Gargalhar porque até no final de semana ninguém tinha ouvido nada de contusão. Só pode ser piada.

Quer afastar o cara? Afasta... Mas fala porque está fazendo. Não dá pra ficar inventando desculpas esdrúxulas pra resguardar o atleta. Ou então seja mais convincente. Manda o cara fingir em algum treino. Mas desse jeito não.

Fica a lição para todas as pessoas que acompanham futebol. Os times competitivos têm ido mais longe que os times com ótimo desempenho individual. Vale aprender com eles lições sobre respeito, obediência e vontade. Pois não se surpreendam se o São Caetano for campão paulista em cima do todo poderoso Santos. Vale lembrar que só o salário do Luxemburgo pagaria toda a folha do Atlético. Definitivamente dinheiro não ganha títulos. Ajuda, mas não resolve.

Alexandre B. Abramo, jornalista, assessor de jogador de futebol, achou a cena mais engraçada dos últimos anos o goleiro cruzeirense com duas bolas de gols nas mãos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bah, tchê! Com o Grêmio onde o Grêmio estiver!

É bi-campeão tchê!!

Raul disse...

Apesar dos pesares, deu Galo de novo...O trigésimo nono!

Anônimo disse...

zzrrcTexto mais atleticano impossivel ne!?
Agora faz um dos 2x0 do ultimo domigo hehehe